Rolo é um projeto artístico-político para espalhar mensagens de luta e poesia em tempos sinistros. E, ao mesmo tempo, transformar o real. Isso porque parte do lucro das vendas é direcionado para projetos que estejam rolando e precisem de grana. A outra parte do lucro retorna para o próprio Rolo para poder fazer rodar. AContinuar lendo “Rolo”
Arquivos do autor:jô hallack
Cartazes/Afiches na Recoleta (Buenos Aires)
Estudos sobre a degradação
Parachoques imaginários I
Manifesto pela volta do desejo
Onde as dores se encontram
Ela era nova ali e, como sempre costumava acontecer, chegou com jeito de pouca conversa. Apenas ajeitou os óculos escuros e pediu: – Um café. Do outro canto do balcão, veio o comentário em voz baixa. – Isso aí é amor. Conheço de longe. Quem disse foi a Marca de Vacina que, estando ali quaseContinuar lendo “Onde as dores se encontram”
Quando era asa, voei
Quando era asa nadei. Na correnteza do vento. No chão, rainha é a areia. E os grãos que tudo devoram. Quando era asa, voei. Da sua mentira, cai.
nossas paranóias
que barulho é esse? são as nossas paranoias que acordaram com fome e estão devorando tudo da geladeira morderam até um pedaço do sofá e ainda por cima botaram a culpa no gato
a situação
O encontro é para analisar a situação do país. Depois da fala de dois grandes nomes da esquerda, um intelectual fumante pede a palavra: – Estou aqui ouvindo e me veio uma dúvida paralisante. Breve pausa. – Me jogo desta janela ou daquela outra? Risos nervosos . Alguém intervém. – Que bom que é paralisanteContinuar lendo “a situação”
Fotos que não tirei
Cabo Polônio #memórias
Eclipse
Parecia, assim, que era meio reveillon. O povo andando apressado pelo calçadão para ir pra Praia do Diabo ver o eclipse. Estranhei o interesse súbito por astronomia, depois pensei que era negócio de crise. Pelo menos eclipse é grátis. Mas a verdade é que carioca é animado mesmo. Adora um ajuntamento. Uma farofa. Amo muito.Continuar lendo “Eclipse”
Na muvuca
Na muvuca, no gargarejo, no aperto da multidão do lula livre. Ouvi assim. Um pedaço de conversa. – Qualé . Minha mãe fazia salgadinho pro Brizola . Rio, ti amu disgraça.
Os monstros vieram se queixar
Os monstros vieram se queixar. Muito tempo sem sair de casa Até as traças estão numa boa, gritaram. E comeram toda a biblioteca. Prometi, então, uma noite daquelas. Uma insônia daquelas. Uma nóia daquelas. Quem sabe assim eles ficam quietos. Quem sabe assim eles me esquecem.
Beijocas, não
“Então, beijocas”. Fico olhando perplexa para aquela mensagem.. Beijocas. Beijocas. É, boy. Vou ter que sacar meu três oitão. Porra, beijocas não. Qualquer coisa, mas beijocas não. Beijocas é a covardia em letras miúdas no zap. Não tem nada mais broxante do que beijocas. Vindas da boca de um ex. E essa boca já fezContinuar lendo “Beijocas, não”